segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Displasia do desenvolvimento do Quadril



A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) é um termo que aborda um amplo espectro de alterações na bacia da criança. Sua grande complicação se deve à facilidade com que ocorre o encaixe e desencaixe da cabeça femoral no acetábulo.

Essas alterações freqüentemente são congênitas e podem ser notadas após o nascimento, mas há casos que aparecem apenas com o desenvolvimento da criança. É mais freqüente na mulher (proporção de 4 para 1) , no lado esquerdo e em parto pélvico. Apenas 20% dos casos são bilaterais.

Ocorre, principalmente devido a uma displasia acetabular e/ou frouxidão capsuloligamentar. É uma patologia que apresenta componente hereditário (frouxidão ligamentar) com influência mecânica, que pode ser oriunda de oligodrâmnios, primípara e recurvato congênito de joelho. Suas principais causas pós–natal estão relacionadas ao uso incorreto de fraldas e mantas.


Quando a criança começa a apoiar os membros inferiores o membro fica mais curto pela subida do fêmur luxado que não encontra apoio acetabular, que tende a ficar preenchido por tecido fibrogorduroso. Essas alterações causam hipotrofia do membro inferior, sendo compensado pelo eqüino, atitude de flexoadução do quadril, saliência da região trocantérica e queda da pelve para o lado oposto.

No RN, o diagnóstico é realizado pela a manobra de Ortolani, que consiste em colocar a criança em decúbito dorsal, segurando-a pelos joelhos, com os quadris flexionados em 90 graus e mantidos em adução. Essa é a posição inicial para realizar a abdução. Se houver instabilidade, ocorre um encaixe, percebido na mão, da cabeça do fêmur no acetábulo, também, chamado de sinal do ressalto (Ortolani Positivo). Quando se aduz o quadril, o desencaixe deve ocorrer.

Também pode ocorrer contratura de flexão do quadril devido a retração do íliopsoas, observada pela manobra de Thomas. A medida que a criança cresce outros sinais são observados, como o de Galleazi positivo (diferença de comprimento dos membros inferiores) e Trendelenburg positivo (insuficiência do glúteo médio).



No RN o tratamento é seguro e apresenta sucesso em 97 % dos casos. Faz-se a manobra de Ortolani e mantém-se a abdução de 70 graus e flexão de 100 graus. Essa posição conserva o quadril reduzido e pode ser mantida por meio do gesso ou por aparelhos ortopédicos. O aparelho de preferência são os suspensórios de Pavlik que são usados por 2 ou 3 meses de idade. É período suficiente para que ocorra a remodelação do acetábulo e a cápsula recupera a tensão natural. Após esse período, pode ser necessário realizar tração para evitar contraturas.



O tratamento que se inicia após a deambulação é geralmente cirúrgico, obtendo mais sucesso se for realizado precocemente. Entretanto, na adolescência praticamente não existe tratamento curativo. 


Autor













Leonardo Barros - Ligante LAORT

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