sábado, 17 de outubro de 2015

O artigo da semana - Cirurgia ortopédica em idosos: aspectos clínicos


O artigo da semana "Cirurgia ortopédica em idosos: aspectos clínicos" publicado na Revista Brasileira de Ortopedia  como artigo de atualização, com autoria de Luiz Eugênio Garcez Leme e colaboradores, do Instituto de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - IOT/FM/USP.





O artigo aborda que a atenção a pacientes idosos submetidos à cirurgia ortopédica, particularmente os que necessitam de cirurgia de urgência, deve levar em conta a análise da capacidade física e de riscos específicos dos indivíduos idosos, na tentativa de reduzir riscos que, no entanto, permanecem elevados neste grupo. Apesar dos riscos, procedimentos desenvolvidos com prontidão têm efeito positivo na evolução destes pacientes. A atenção coordenada integrada por equipe clínica/geriátrica, ortopédica, anestésica, intensivistas e demais profissionais de saúde pode ser altamente benéfica neste grupo de pacientes. 



segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Displasia do desenvolvimento do Quadril



A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) é um termo que aborda um amplo espectro de alterações na bacia da criança. Sua grande complicação se deve à facilidade com que ocorre o encaixe e desencaixe da cabeça femoral no acetábulo.

Essas alterações freqüentemente são congênitas e podem ser notadas após o nascimento, mas há casos que aparecem apenas com o desenvolvimento da criança. É mais freqüente na mulher (proporção de 4 para 1) , no lado esquerdo e em parto pélvico. Apenas 20% dos casos são bilaterais.

Ocorre, principalmente devido a uma displasia acetabular e/ou frouxidão capsuloligamentar. É uma patologia que apresenta componente hereditário (frouxidão ligamentar) com influência mecânica, que pode ser oriunda de oligodrâmnios, primípara e recurvato congênito de joelho. Suas principais causas pós–natal estão relacionadas ao uso incorreto de fraldas e mantas.


Quando a criança começa a apoiar os membros inferiores o membro fica mais curto pela subida do fêmur luxado que não encontra apoio acetabular, que tende a ficar preenchido por tecido fibrogorduroso. Essas alterações causam hipotrofia do membro inferior, sendo compensado pelo eqüino, atitude de flexoadução do quadril, saliência da região trocantérica e queda da pelve para o lado oposto.

No RN, o diagnóstico é realizado pela a manobra de Ortolani, que consiste em colocar a criança em decúbito dorsal, segurando-a pelos joelhos, com os quadris flexionados em 90 graus e mantidos em adução. Essa é a posição inicial para realizar a abdução. Se houver instabilidade, ocorre um encaixe, percebido na mão, da cabeça do fêmur no acetábulo, também, chamado de sinal do ressalto (Ortolani Positivo). Quando se aduz o quadril, o desencaixe deve ocorrer.

Também pode ocorrer contratura de flexão do quadril devido a retração do íliopsoas, observada pela manobra de Thomas. A medida que a criança cresce outros sinais são observados, como o de Galleazi positivo (diferença de comprimento dos membros inferiores) e Trendelenburg positivo (insuficiência do glúteo médio).



No RN o tratamento é seguro e apresenta sucesso em 97 % dos casos. Faz-se a manobra de Ortolani e mantém-se a abdução de 70 graus e flexão de 100 graus. Essa posição conserva o quadril reduzido e pode ser mantida por meio do gesso ou por aparelhos ortopédicos. O aparelho de preferência são os suspensórios de Pavlik que são usados por 2 ou 3 meses de idade. É período suficiente para que ocorra a remodelação do acetábulo e a cápsula recupera a tensão natural. Após esse período, pode ser necessário realizar tração para evitar contraturas.



O tratamento que se inicia após a deambulação é geralmente cirúrgico, obtendo mais sucesso se for realizado precocemente. Entretanto, na adolescência praticamente não existe tratamento curativo. 


Autor













Leonardo Barros - Ligante LAORT

sábado, 10 de outubro de 2015

O artigo da semana - Síndrome do túnel do carpo – Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico)


O artigo da semana "Síndrome do túnel do carpo – Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico)" publicado na Revista Brasileira de Ortopedia  como artigo de revisão, com autoria de Michel Chammas e colaboradores, Serviço de Cirurgia da Mão e dos Membros Superiores - Cirurgia dos Nervos Periféricos do Hospital Lapeyronie (Centro Hospitalar Universitário), Montpellier - França.








A síndrome do túnel do carpo (STC) é definida pela compressão do nervo mediano no punho. É a mais frequente das síndromes compressivas e a causa mais frequente é a idiopática. Ainda que as regressões espontâneas sejam possíveis, o agravamento dos sintomas é a regra. O diagnóstico é, acima de tudo, clínico pelos sintomas e testes provocativos. Um exame eletroneuromiográfico pode ser recomendado no pré-operatório ou em caso de doença laboral.

Link para o artigo: Síndrome do túnel do carpo – Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico)


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Osteogênese imperfeita




Primeiramente descrita por Melanbranche (1678), a patologia só foi nominada com o termo que hoje conhecemos em 1949 por Vrolik.
A Osteogênese Imperfeita (OI), ou doença de Ekman-Lostein, é também conhecida pelas expressões “ossos de vidro” ou “ossos de cristal”. Tais vocábulos fazem referência à pouca resistência óssea encontrada nos portadores.
Trata-se de uma condição rara do tecido conjuntivo de caráter genético, afetando aproximadamente uma a cada 20 mil pessoas em todo mundo. Entretanto, esses dados epidemiológicos são contestados pelo fato de a doença ser pouco conhecida pelos médicos e pelo seu difícil diagnóstico, dependendo do grau de intensidade.




A hipótese mais aceita para OI entende que a substituição do resíduo de glicina, responsável pela estabilidade molecular do colágeno tipo I, por um aminoácido maior, como cisteína ou arginina, causaria em uma desorganização deste tipo de colágeno, o que implicaria a patologia.
Como consequência a presença de colágeno tipo I seria acompanhada de alterações drásticas, como ocorre nos ossos, esclera, músculo e ligamentos.
A condição mais evidente no portador é fragilidade óssea. Isto implica em fraturas e hematomas facilmente provocados, além de acarretar dificuldade respiratória e possível surdez, devido à deformações ósseas.
Evidentemente as fraturas apresentam-se dolorosas, todavia a repetição do trauma promove mecanismos neurológicos que tornam o processo menos angustiante, além de causar deformações auxiliadas pelo tônus muscular.
A doença não tem cura. Atualmente, o tratamento visa reduzir o número de fraturas do paciente a partir do uso de pamidronato, que inibe a reabsorção óssea, e a implantação de hastes intramedulares com o objetivo de aumentar a resistência óssea.






Autor



Leonardo Barros - Ligante LAORT

sábado, 3 de outubro de 2015

Artigo da Semana



O artigo da semana "Tratamento das fraturas diafisárias da tíbia com fixador externo comparado com a haste intramedular bloqueada" publicado na Revista Brasileira de Ortopedia  como artigo original, com autoria de Rodrigo Tavares Cardozo e colaboradoresda Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba - MG.





O objetivo do trabalho foi comparar a eficiência de fixador externo modular na forma uniplanar e unilateral com haste intramedular bloqueada (HIB) buscando tratamento definitivo das fraturas diafisárias da tíbia. Foram comparados os tratamentos cirúrgicos ortopédicos definitivos de 50 pacientes com fratura diafisária da tíbia, por meio do uso do fixador externo modular e da haste intramedular bloqueada. As fraturas foram tratadas no setor de emergência de um hospital-escola pelo serviço de ortopedia e traumatologia de janeiro de 2007 a janeiro de 2011, com variação de 15 a 48 semanas. Este estudo comprovou resultados funcionais e de consolidação excelentes quando usada a haste intramedular bloqueada e a versatilidade e rapidez na aplicação do fixador externo atingindo a estabilização necessária dos fragmentos ósseos. Foi obtida a consolidação das fraturas em 95% dos casos quando usamos a haste intramedular bloqueada e 90% dos casos submetidos à fixação externa. O tratamento definitivo das fraturas diafisárias da tíbia por meio do fixador externo modular apresentou-se como uma opção válida de tratamento em pacientes que não puderam ser submetidos à conversão precoce para osteossíntese interna ou quando as hastes intramedulares não estão disponíveis para o cirurgião.

Link para o artigo: Tratamento das fraturas diafisárias da tíbia com fixador externo comparado com a haste intramedular bloqueada